O Ibovespa (IBOV) fechou em alta nesta quinta-feira, renovando máximas desde 2021, e confirmou o melhor desempenho mensal em três anos, que teve como principal suporte o retorno dos estrangeiros à bolsa paulista, em meio a perspectivas de que acabou o ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,92% nesta sessão, a 127.331,12 pontos, maior patamar de fechamento desde 15 de julho de 2021. Na máxima do dia, chegou a 127.398,69 pontos. Na mínima, a 126.168,35 pontos.
O volume financeiro no pregão somou 33,8 bilhões reais.
Em novembro, o Ibovespa acumulou alta de 12,54%, maior ganho mensal desde novembro de 2020, tendo como pano de fundo uma entrada líquida de 18 bilhões de reais de recursos estrangeiros na bolsa paulista no mês até o dia 28, após três meses em que as vendas desses investidores superaram as compras.
Nesta quinta-feira, novos dados dos Estados Unidos corroboraram as expectativas de manutenção dos juros pelo Federal Reserve em dezembro, com o índice de preços PCE, um dado de inflação bastante monitorado pelo banco central norte-americano, mostrando desaceleração em outubro.
De acordo com o estrategista-chefe da Avenue, William Castro Alves, os números foram em linha com o esperado e sinalizam que a alta dos preços está enfraquecendo, mesmo que não na velocidade desejada. Mas ele ponderou que também não se pode comemorar ainda, pois algumas pressões permanecem.
Ele chamou a atenção para os discursos do chair do Fed, Jerome Powell, previstos para a sexta-feira, que na sua visão devem refletir um BC ainda cauteloso.
Em Wall Street, o S&P 500 avançou 0,38%, terminando novembro com elevação de 8,92%, melhor desempenho mensal desde outubro de 2022.
No mercado de dívida, o rendimento do título de 10 anos do Tesouro norte-americano marcava 4,338% no final da tarde, de 4,271% na véspera, mas abaixo dos 4,8750% do final do mês passado e ainda mais distante do pico do ano, de outubro, quanto bateu 5% na máxima do dia 23.
Destaques
Banco do Brasil (BBAS3) fechou em alta de 2,92%, a 54,27 reais, puxando o setor no Ibovespa, com Itaú Unibanco (ITUB4) terminando com elevação de 1,54%, a 31,59 reais, e Bradesco (BBDC4) subindo 0,87%, a 16,27 reais.
BTG Pactual (BPAC11) valorizou-se 2,42%, a 35,54 reais.
Petrobras (PETR4) avançou 1,93%, a 35,91 reais, tendo como pano de fundo assembleia de acionistas, na qual foi aprovada mudança no estatuto da empresa que abre possibilidade de indicações de políticos para membros da alta cúpula.
Os acionistas também aprovaram a criação de reserva estatutária de remuneração do capital. No exterior, o petróleo Brent caiu 0,32%.
Vale (VALE3) subiu 0,54%, a 73,85 reais, em dia de alta dos futuros do minério de ferro na Ásia, com o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian, na China, encerrando as negociações diurnas com elevação de 1,4%.
Em Cingapura, o contrato de referência fechou em alta de 0,9%.
Magazine Luiza (MGLU3) subiu 7,45%, a 2,02 reais, enquanto Casas Bahia (BHIA3) fechou com acréscimo de 1,89%, a 0,54 real, confirmando o mês positivo, embora ambos os papéis ainda acumulem perdas em 2023.
Embraer (EMBR3) avançou 5,44%, a 21,50 reais, após anúncio de que a canadense Porter Airlines fez um novo pedido firme de 25 jatos E195-E2 da Embraer.
Analistas do Bradesco BBI também reiteraram recomendação “outperform” para as ações da companhia e elevaram o preço-alvo do ADR de 25 para 27 dólares.
Braskem (BRKM5) fechou em baixa de 6,45%, a 19,13 reais. No meio do pregão, a petroquímica divulgou que foi intimada de uma decisão da Justiça em nova ação de autoridades federais e de Alagoas sobre os danos causados por movimentação do solo em Maceió. O valor atribuído à ação pelos autores é de 1 bilhão de reais.
Klabin (KLBN11) encerrou em queda de 3,67%, a 22,57 reais, em dia de Investor Day da maior produtora de papel para embalagens do país.
Mais cedo, a Klabin estimou investimento total de 4,5 bilhões de reais para 2024, mantendo o montante previsto para 2023. Suzano (SUZB3) cedeu 0,87%.