A bolsa paulista começava a semana com viés de baixa, em meio ao cenário externo desfavorável para ativos de risco, o que abria espaço para movimentos de realização de lucros, após o Ibovespa renovar máximas desde 2021 no último pregão.
Às 10h35, o Ibovespa (IBOV) caía 0,64%, a 127.367,01 pontos. O volume financeiro somava 1,26 bilhão de reais.
Apesar do ajuste negativo, análise gráfica da BB Investimentos avaliam que o Ibovespa indica ter um caminho relativamente tranquilo para testar os 131 mil pontos esta semana, topo histórico atingido em junho de 2021.
“Na esteira do maior apetite a risco internacional, com o mercado precificando um afrouxamento monetário nos EUA em 2024 mais forte do que o anteriormente projetado, o Brasil retorna ao radar do investidor estrangeiro”, afirma em nota a clientes.
“Contribuem favoravelmente os níveis de desconto relativo ainda elevados e a trajetória dos juros internamente, que também segue o caminho de relaxamento”, acrescentou.
No exterior, os futuros acionários norte-americanos sinalizavam uma abertura negativa em Wall Street, em pregão também marcado pelo acréscimo nos rendimentos dos títulos de 10 anos do Tesouro dos Estados Unidos.
Destaques
Vale (VALE3) caía 1,29%, a 74,25 reais, tendo como pano de fundo a queda dos futuros do minério de ferro na Ásia, onde o contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange (DCE), na China, encerrou o dia com queda de 1,14%. Em Cingapura, o minério de referência caiu 2,14%.
Petrobras (PETR4) recuava 0,53%, a 35,48 reais, em dia de fraqueza dos preços do petróleo no exterior, com o Brent cedendo 0,85%. A companhia também anunciou nesta segunda-feira acordo para instalar um centro de captura e armazenamento de gás carbônico no Rio de Janeiro.
Gol (GOLL4) era negociada em baixa de 3,39%, a 8,83 reais, tendo ainda no radar o anúncio na noite de sexta-feira de que contratou a Seabury Capital para ajudar a empresa em uma “ampla revisão” de sua estrutura de capital. Para analistas do Citi, a decisão da empresa sobre contratação da Seabury sugere que a companhia aérea ainda enfrenta desafios financeiros significativos. No setor, Azul (AZUL4) perdia 3,41%.
Alpargatas (ALPA4) caía 3,64%, a 9,27 reais, após acumular alta de 7,6% na semana passada, acompanhando o movimento generalizado de ajustes em outros papéis relacionados a consumo.
Casas Bahia (BHIA3) perdia 1,82% , Magazine Luiza (MGLU3) recuava 2,3% CVC Brasil (CVCB3) cedia 3,14%. O índice do setor de consumo na B3 mostrava declínio de 0,85%.
Embraer (EMBR3) valorizava-se 1,62%, a 23,21 reais, após anunciar nesta segunda-feira que a Coreia do Sul é primeiro cliente do cargueiro C390 Millennium na Ásia, com o país comprando número não revelado de aeronaves da fabricante brasileira.
Suzano (SUZB3) avançava 0,93%, a 52,24 reais, buscando uma recuperação após duas quedas seguidas, sendo que apenas na sexta-feira fechou com uma queda de quase 3,8%. Analistas do BTG Pactual também reiteraram recomendação de “compra” para a ação e elevaram o preço-alvo de 71 para 79 reais, enquanto rebaixaram Klabin para “neutra”, reduzindo o preço-alvo de 31 para 26 reais. Klabin (KLBN11) tinha variação negativa de 0,43%, a 21,07 reais.
Itaú Unibanco (ITUB4) cedia 0,25%, a 31,42 reais, enquanto Bradesco (BBCD4) caía 0,64%, a 16,20 reais.