O Ibovespa (IBOV) fechou em alta nesta segunda-feira, com o avanço do minério de ferro na China beneficiando as ações da Vale, enquanto os papéis do GPA dispararam com a perspectiva de a varejista embolsar 790 milhões de reais.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,67%, a 116.533,85 pontos. Na máxima do dia, chegou a 116.905,38 pontos. Na mínima, a 115.759,93 pontos.
O volume financeiro somou 17,1 bilhões de reais.
Na visão do responsável pela mesa de ações do BTG Pactual, Jerson Zanlorenzi, o mercado brasileiro refletiu uma descompressão de risco, após uma semana complexa, com alguns eventos específicos ditando a direção da sessão.
Entre esses eventos ele citou a injeção de liquidez realizada pela autoridade monetária da China, que ajudou o minério de ferro e favoreceu os papéis da Vale, bem como o anúncio do GPA envolvendo venda da participação no Éxito.
Zanlorenzi ainda apontou o alívio recente na curva de juros norte-americana, que foi acompanhando pelas taxas dos contratos de DI, como mais um componente positivo para a bolsa paulista. Nesta sessão, porém, os retornos dos Treasuries subiram.
Ele, entretanto, ressaltou que o cenário permanece de cautela, com as atenções ainda voltadas para os desdobramentos do conflito entre Israel e o Hamas, mesmo que a probabilidade de alguma piora drástica da situação venha se reduzindo.
“É muito mais uma redução de risco hoje do que algum otimismo”, acrescentou ele.
O S&P 500, uma das referências sobre o comportamento das ações de empresas nos Estados Unidos, avançou 1,06%, em meio a expectativas para os resultados corporativos. Vários bancos norte-americanos reportam seus balanços nesta semana.
Investidores também continuam atentos a dados da economia dos EUA, em busca de mais pistas sobre os próximos passos do Federal Reserve.
Destaques
Vale (VALE3) subiu 1,07%, a 67,30 reais, uma vez que os futuros do minério de ferro se fortaleceram nesta segunda-feira, apoiados em medida do banco central chinês para apoiar a liquidez no sistema bancário.
O contrato mais negociado da commodity na bolsa de Dalian encerrou o dia em alta de 2,86%, a 862 iuanes (117,93 dólares) a tonelada métrica.
GPA (PCAR3) saltou 8,67%, a 3,76 reais, após a companhia anunciar que seu Conselho de Administração aprovou acordo para a venda da participação restante no Éxito para o Grupo Calleja, de El Salvador.
A operação envolve a realização de uma OPA que pode render 790 milhões de reais ao GPA. Na máxima do pregão, os papéis chegaram a 4,06 reais.
Embraer (EMBR3) avançou 3,41%, a 17,59 reais, tendo como pano de fundo relatório de analistas do Citi elevando a recomendação dos ADRs (recibos das ações negociados nos EUA) da fabricante de aviões para “compra”, bem como preço-alvo para 16 dólares, de 15,25 dólares anteriormente.
Petrobras (PETR4) valorizou-se 1,10%, a 36,68 reais, apesar do declínio dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou em baixa de 1,36%, a 89,85 dólares o barril.
No setor, Petroreconcavo (RECV3) foi o destaque, subindo 2,21%, a 22,19 reais.
Suzano (SUZB3) caiu 2,03%, a 57,37 reais, em meio a ajustes apoiados pela queda do dólar frente ao real nesta sessão, após as ações da fabricante de papel e celulose acumularem alta de mais de 4% na semana passada.
Itaú Unibanco (ITUB4) ganhou 0,14%, a 27,73 reais, e Bradesco (BBDC4) fechou em alta de 1,04%, a 14,64 reais.
O melhor desempenho entre os bancos do Ibovespa foi Banco do Brasil (BBAS3), que subiu 2,03%, a 49,81 reais.
Natura&CO (NTCO3) fechou em baixa de 2,75%, a 13,42 reais, com outros papéis de varejo também no vermelho, incluindo Magazine Luiza (MGLU3) e Arezzo (AREZ3).
Analistas da XP Investimentos seguem cautelosos com o setor, à medida que esperam resultados fracos do terceiro trimestre e veem a dinâmica para o quarto trimestre ainda incerta.
Gol (GOLL4) avançou 6,55%, a 7,48 reais, enquanto Azul (AZUL4) valorizou-se 4,55%, a 13,55 reais, tendo como pano de fundo a queda do dólar ante o real e o declínio dos preços do petróleo no mercado externo.
MRV&CO (MRVE3) subiu 2,77%, a 9,29 reais, em dia positivo para construtoras em meio ao declínio das taxas dos juros futuros no Brasil.
Investidores também aguardam a retomada do julgamento no STF sobre a correção das contas do FGTS.