O Ibovespa (IBOV) reduzia o fôlego nesta quarta-feira em meio a movimentos de realização de lucros, após ultrapassar os 127 mil pontos pela primeira vez desde meados de 2021, conforme crescem as expectativas de que o Federal Reserve encerrou o ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos.
Às 10:52, o Ibovespa subia 0,05 %, a 126.596,7 pontos. Na máxima, chegou a 127.388,15 pontos. O volume financeiro somava 2,9 bilhões de reais.
A bolsa brasileira permanece beneficiada pela queda nos rendimentos dos Treasuries, em meio às perspectivas de que o banco central norte-americano não elevará mais os juros e pode começar a cortar no segundo semestre do próximo ano, com alguns acreditando que uma redução pode ocorrer ainda antes.
Entre estes, o bilionário Bill Ackman espera que o Fed possa começar a cortar a taxa no primeiro trimestre, conforme noticiou a Bloomberg na terça-feira, citando os comentários do fundador do Pershing Square Capital Management para episódio do “The David Rubenstein Show: Peer-to-Peer Conversations”.
Também na véspera, declarações do diretor do Fed Christopher Waller , uma voz “hawkish” e influente no banco central, foram interpretadas como sinais de corte dos juros à frente.
“Estou cada vez mais confiante de que a política monetária está atualmente bem posicionada para desacelerar a economia e levar a inflação de volta a 2%”, disse. E acrescentou que se a queda da inflação continuar “por mais alguns meses… três meses, quatro meses, cinco meses…” o Fed poderia começar a reduzir a taxa de juros só porque a inflação está mais baixa.
Nos EUA, os futuros acionários sinalizavam uma abertura positiva em Wall Street, enquanto no mercado de dívida o rendimento do Treasury de 10 anos marcava 4,311%, de 4,336% na véspera.
“A dinâmica de busca por risco segue presente e ainda mais intensa conforme investidores ajustam portfólios ao crescente coro apostando não apenas no fim de ciclo pelo Fed, entre outros bancos centrais, como também em possível surpresa de afrouxamento monetário ainda no primeiro trimestre de 2024”, destacou a equipe da Commcor.
Destaques
Braskem (BRKM5) valorizava-se 3,75%, a 20,75 reais, endossada por relatório de analistas do UBS BB elevando a recomendação da ação para “neutra” ante “venda”, bem como o preço-alvo de 20 para 22 reais. Investidores também continuam na expectativa sobre o destino da participação de controle da Novonor na petroquímica.
Lojas Renner (LREN3) avançava 4,01%, a 16,07 reais, renovando máxima desde meados de setembro. O papel, contudo, ainda acumula queda de cerca de 19% em 2023.
Itaú Unibanco (ITUB4) ganhava 0,06%, a 30,92 reais, com o setor tendo como pano de fundo mudanças no cálculo do requerimento de capital para o risco operacional. Bradesco (BBCD4) caía 0,25%, a 16,17 reais.
Gol (GOLL4) caía 2,11%, a 9,30 reais, tendo no radar relatório de analistas do Citi cortando a recomendação da ação para “venda/alto risco” ante “neutra/alto risco” e reduzindo o preço-alvo do ADR da companhia de 3,30 para 3 dólares, avaliando que a parte operacional da empresa está boa, mas estrutura de capital não.
Eneva (ENEV3) recuava 1,13%, a 12,21 reais, após a Vibra negar proposta feita pela companhia para a fusão de ambas, embora tenha dito que pode negociar. Vibra (VIBR3) subia 1,05%, a 22,09 reais
Vale (VALE3) caía 0,24%, a 73,29 reais, em dia de desempenho misto dos futuros do minério de ferro na Ásia. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian, na China, caiu 0,5%, enquanto o vencimento de referência da Bolsa de Cingapura subiu 0,8%.
Petrobras (PETR4) avançava 0,14%, a 35,65 reais, beneficiada pela alta dos preços do petróleo no exterior, com o Brent subindo 1,2%, a 82,69 dólares o barril.