O Ibovespa (IBOV) hesitava nesta segunda-feira, conforme investidores se preparam para uma agenda relevante na semana, com uma série de decisões de juros no mundo, incluindo as do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil.
Na cena corporativa, as ações do varejista GPA capitaneavam as perdas, embora tenham se distanciado das mínimas, após o dono da rede Pão de Açúcar anunciar planos para uma potencial oferta de ações da ordem de 1 bilhão de reais.
Às 11h14, o Ibovespa caía 0,04%, a 127.046,44 pontos. O volume financeiro somava 2,26 bilhões de reais.
“Em dia de agenda esvaziada, os mercados globais exibem pouco fôlego, às vésperas das decisões de política monetária de importantes bancos centrais”, observaram economistas do Bradesco, conforme relatório a clientes.
No exterior, as atenções também estão voltadas a dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos, na terça-feira, que, segundo a equipe do Bradesco, contribuirão para a calibragem das expectativas para a decisão do Fed no dia seguinte.
É quase consenso que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) mantenha a taxa de juros na faixa de 5,25% e 5,50%, assim, o foco deve se voltar para o comunicado, além da coletiva de Jerome Powell e das projeções econômicas.
Também na quarta-feira, o BC brasileiro anuncia o desfecho da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), com as previsões no mercado apontando mais um corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, atualmente em 12,25% ao ano.
Destaques
GPA (PCAR3) caía 5,77%, a 4,08 reais, após comunicar na véspera que começou trabalhos preliminares para uma potencial oferta primária de papéis da companhia da ordem de 1 bilhão de reais, bem como propôs uma nova formação para o conselho de administração.
Dado o valor de mercado da empresa, de 1,17 bilhão de reais, o follow-on tem uma diluição potencial de cerca de 50% para os acionistas. As ações vinham de quatro altas seguidas, período em que acumularam elevação de 13%. No pior momento, mais cedo, os papéis chegaram a cair mais de 11%.
Braskem (BRKM5) perdia 2,84%, a 17,13 reais, com agentes financeiros analisando os potenciais efeitos do rompimento na mina 18 da petroquímica em Maceió. A companhia também está avaliando uma revisão de uma acordo de 1,7 bilhão de reais assinado com a prefeitura da capital de Alagoas de compensação por danos com o afundamento do solo da cidade.
Vale (VALE3) caía 0,58%, a 72,38 reais, uma vez que os futuros do minério de ferro cederam nesta segunda-feira na China, em meio a um sentimento pessimista de investidores com dados decepcionantes da China. O contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange encerrou o dia em baixa de 0,37%.
Petrobras (PETR4) avançava 0,29%, a 34,59 reais, mantendo o viés positivo do pregão anterior, após uma sequência de quedas que levou os papéis para uma mínima intradia em cerca de um mês na última quinta-feira. No exterior, o barril de Brent tinha variação negativa de 0,12%, a 75,75 dólares.
Itaú Unibanco (ITUB4) cedia 0,22%, a 31,95 reais, Bradesco (BBCD4) caía 0,49%, a 16,38 reais.
Magazine Luiza (MGLU3) subia 1,88%, a 2,17 reais, retomando a trajetória positiva de dezembro após ajuste negativo na última sessão, quando caiu 5,75%. Após alta de quase 52% em novembro, a ação já acumula mais de 7% em dezembro. No setor, Casas Bahia (BHIA3) perdia 1,96%, a 0,50 reais, tendo no radar o início das negociações dos papéis após o grupamento de 25 para 1 ao final desta semana.
B3 (B3SA3) valorizava-se 0,81%, a 13,65 reais, oferecendo um contrapeso relevante à pressão negativa no Ibovespa, dando continuidade à recuperação após uma forte correção de baixa desde o final de julho até outubro.