O Ibovespa (IBOV) avançava no último pregão de novembro, a caminho do melhor desempenho mensal em três anos, com dados norte-americanos de inflação nesta quinta-feira endossando expectativas de que o Federal Reserve não mais elevará os juros nos Estados Unidos.
Às 11:38, o Ibovespa subia 0,37%, a 126.626,7 pontos. Na máxima mais cedo, chegou a 127.257,7 pontos. O volume financeiro somava 4,8 bilhões de reais.
Em novembro, até o momento, o Ibovespa acumula alta de 11,9%, que se confirmado no fechamento será o melhor desempenho desde novembro de 2020, quando alcançou uma alta de 15,9%.
De acordo com estrategistas, a performance das ações brasileiras no mês foi apoiada principalmente pelas perspectivas de que o Federal Reserve encerrou o ciclo de aperto monetário, o que, por sua vez, encontrou respaldo de dados norte-americanos de inflação e do mercado de trabalho.
Tal cenário estimulou o fluxo de capital estrangeiro para a bolsa paulista, revertendo o resultado negativo dos três meses anteriores. Em novembro até o dia 28, as compras de ações por estrangeiros superavam as vendas em 18 bilhões de reais, até agora a maior entrada líquida em um mês de 2023.
Nesta quinta-feira, o Departamento de Comércio dos EUA divulgou que o índice de preços PCE ficou estável em outubro, após alta de 0,4% no mês anterior, enquanto o núcleo do indicador registrou acréscimo de 0,2% no mês passado ante 0,3% em setembro, ambos confirmando previsões de economistas.
Em 12 meses, o índice mostrou alta de 3%, a menor alta ano a ano desde março de 2021 e após 3,4% em setembro, enquanto o núcleo ficou em 3,5% em outubro, ante 3,7% no mês anterior.
Na visão do economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, os números reforçam a continuidade do processo de desinflação nos Estados Unidos.
“Apesar dos dados do PIB do 3º trimestre (divulgados na véspera) terem sido muito fortes…, tanto os indicadores do Livro Bege do Fed como os números do PCE de outubro sugerem que…a economia dos EUA começa a mostrar sinais mais evidentes de desaquecimento”, acrescentou.
Nos EUA, as bolsas em Nova York não mostravam um tendência única, enquanto no mercado de dívida o rendimento dos títulos de 10 anos avançava.
Para o diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos, os dados trazem tranquilidade em relação ao cenário inflacionário, mas o mercado antecipou o movimento na véspera, bem como os Treasuries já tinham mostrado uma forte queda nos rendimentos desde o final de outubro.
Destaques
Vale (VALE3) subia 0,72%, a 73,98 reais, em dia de alta dos futuros do minério de ferro na Ásia, com o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian, na China, encerrando as negociações diurnas com elevação de 1,4%. Em Cingapura, o contrato de referência fechou em alta de 0,9%.
Petrobras (PETR4) avançava 1,48%, a 35,75 reais, tendo como pano de fundo a alta dos preços do petróleo no exterior, com o barril de Brent negociado com acréscimo de 1,23%, a 84,12 dólares.
Itaú Unibanco (ITUB4) ganhava 0,71%, a 31,33 reais, e Bradesco (BBCD4) subia 0,56%, a 16,22 reais.
Embraer (EMBR3) avançava 2,11%, a 20,82 reais, após anúncio de que a canadense Porter Airlines fez um novo pedido firme de 25 jatos E195-E2 da Embraer. Analistas do Bradesco BBI também reiteraram recomendação “outperform” para as ações da companhia e elevaram o preço-alvo do ADR de 25 para 27 dólares.
Klabin (KLBN11) mostrava queda de 4,23%, a 22,44 reais, em dia de Investor Day da maior produtora de papel para embalagens do país. Mais cedo, a Klabin estimou investimento total de 4,5 bilhões de reais para 2024, mantendo o montante previsto para 2023. Suzano (SUZB3) cedia 2,73%.
Magazine Luiza (MGLU3) avançava 5,85%, a 1,99 real, enquanto Casas Bahia (BHIA3) subia 1,89%, a 0,54 reais, confirmando o mês positivo, embora ambos os papéis ainda acumulem perdas em 2023.