Um declínio geral do mercado pressionou o índice acionário de referência da Europa para uma mínima de mais de duas semanas nesta sexta-feira, após declarações duras de algumas autoridades do Federal Reserve, um aumento nas tensões do Oriente Médio e dados de empregos dos EUA mais fortes do que o esperado.
O STOXX 600, que abrange todo o continente, caiu 0,9%, registrando seu pior dia desde o início de fevereiro. Na semana, o índice recuou 1,2%, sua pior queda semanal desde meados de janeiro.
Os setores de serviços públicos, varejo e telecomunicações foram os mais afetados, com quedas entre 1,6% e 2,2%.
Novos dados mostraram que a criação de vagas de trabalho fora do setor agrícola nos Estados Unidos em março foi muito maior do que o esperado, o que pode adiar os cortes previstos nos pelo Federal Reserve este ano.
“A força do emprego nos EUA não deve afetar muito o BCE”, disse Steve Sosnick, estrategista-chefe da Interactive Brokers.
“Na Europa, há um pouco mais de estresse em muitas economias, de modo que a situação lá pode ser um pouco mais fértil para cortes nos juros.”
O otimismo em torno de uma redução dos juros pelo Banco Central Europeu e pelo Fed tem sido o principal motor dos ganhos nos mercados acionários em todo o mundo desde o final de 2023.
O aumento dos rendimentos dos títulos da zona do euro também exerceu pressão sobre as ações após os dados de emprego dos EUA.
As ações europeias já estavam sob pressão desde o início do pregão, após comentários “hawkish” (agressivos contra a inflação) de autoridades do Fed e um aumento nas tensões no Oriente Médio.
Em Londres, o índice Financial Times recuou 0,81%, a 7.911,16 pontos.
Em Frankfurt, o índice DAX caiu 1,24%, a 18.175,04 pontos.
Em Paris, o índice CAC-40 perdeu 1,11%, a 8.061,31 pontos.
Em Milão, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 1,29%, a 34.010,88 pontos.
Em Madri, o índice Ibex-35 registrou baixa de 1,58%, a 10.916,00 pontos.
Em Lisboa, o índice PSI20 desvalorizou-se 1,44%, a 6.219,01 pontos.