A Minerva (BEEF3), maior exportadora de carne bovina na América do Sul, projeta elevar para 50% sua fatia das exportações do produto dessa região em cinco anos, alta de dez pontos percentuais em relação à participação atual, estimou nesta terça-feira o CEO da companhia, Fernando Queiroz.
A empresa, que há alguns meses anunciou aquisição de ativos da concorrente Marfrig na América do Sul, consolidando sua participação na região, aposta na competitividade da criação de bois a pasto, predominante nos países sul-americanos, além da oferta de mão de obra com menores custos em relação a países como os Estados Unidos.
“O setor cada vez mais vai para áreas mais competitivas, é muito mais barato na América do Sul, um grande diferencial, além da questão da natureza”, disse Queiroz, durante a abertura do Minerva Day, voltado para investidores.
“Cinquenta por cento do trading vai estar nas nossas mãos dentro de cinco anos”, acrescentou ele.
A companhia realizou 20 aquisições nos últimos 15 anos, buscando ser um player relevante nas principais plataformas de produção de carne bovina, como Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, disse o executivo.
“Temos a melhor plataforma mundial para mitigar riscos, com os EUA caindo a produção…”, disse o CEO, lembrando que os norte-americanos estão em ciclo de baixa oferta do ciclo pecuário, após um forte movimento de abate de fêmeas, o que eleva custos na América do Norte.
Queiroz ainda destacou que as aquisições realizadas pela Minerva ao longo dos anos mostrou a capacidade da companhia de extrair sinergias dos negócios, o que deve acontecer com os ativos adquiridos da Marfrig.
Em agosto, a Minerva anunciou acordo de 7,5 bilhões de reais para comprar determinadas unidades de abate de bovinos e ovinos da gigante do setor Marfrig no Brasil, Argentina, Chile e Uruguai.
O acordo deve fortalecer a Minerva na América do Sul, ampliando a capacidade de abate em cerca de 44%, para mais de 42 mil cabeças/dia, informou a empresa anteriormente.