Um trecho da decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, em que autoriza a operação da Polícia Federal para apurar a tentativa de golpe de Estado revela que o general Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, ex-comandante do Comando de Operações Terrestres (COTER) e responsável pelo emprego do Comando de Operações Especiais (COpESP) teria consentido com a adesão ao Golpe de Estado desde o que ex-presidente Jair Bolsonaro assinasse a medida.
Caberiam às Forças Especiais do Exército (os chamados Kids Pretos) a missão de efetuar a prisão do Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes assim que o decreto fosse assinado. O 1º Batalhão de Ações de Comandos seria o setor do exército que seria encarregado de cumprir a prisão de Moraes.
Marcelo Costa Câmara, Coronel do Exército da reserva, com formação nas Forças Especiais (FE) e ex-Assessor Especial da Presidência da República, considerado um dos assessores mais próximos de Bolsonaro, era o responsável por um núcleo de inteligência não oficial e possuía desde o dia 15 de dezembro de 2022 o itinerário exato de deslocamento pelos próximos 15 dias de Moraes.
Câmara foi considerado o responsável por um núcleo de inteligência não oficial do ex-presidente, atuando na
coleta de informações sensíveis e estratégicas para a tomada de decisão Bolsonaro.
“Professora”: o codinome de Moraes na operação
Neste dia 15, às 11h27, Câmara envia uma mensagem a Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro: “Trabalhando”.
Às 16h12, Cid pergunta: ” Algo?”.
No dia seguinte, Câmara encaminha mensagem com o itinerário de uma pessoa:
“Viajou para São Paulo hoje (15/ 12), retorna na manhã de segunda-feira e viaja novamente pra SP no mesmo dia. Por enquanto só retorna a Brasília pra posse do ladrão. Qualquer mudança que saiba lhe informo”.
Nos dias 21 e 24 (Natal), Cid questiona novamente: ”Por onde anda a professora?”.
Câmara responde confirmando a localização em São Paulo e informa: ”volta no dia 31 a noite para posse”.
Questionado por Cid se “Na capital ou no interior?”, Câmara responde: “Na residência em SP eu não sei onde fica’.
A investigação constatou que os deslocamentos entre Brasília e São Paulo de Moraes são coincidentes com os da pessoa que estava sendo monitorada e acompanhada pelo grupo.