A Petrobras (PETR3; PETR4) selecionou quatro projetos de eólicas offshore, somando 10 gigawatts (GW) de potência, para avançar internamente e se preparar para um futuro leilão de cessão de áreas no mar, disse o diretor executivo de Transição Energética e Sustentabilidade da companhia, Mauricio Tolmasquim.
Segundo Tolmasquim, os quatro projetos estão avançando no processo de governança interna da Petrobras em preparativo para o futuro certame de áreas que viabilizará a instalação dos parques no mar.
Dos projetos selecionados pela Petrobras, dois são no Nordeste, um no Sudeste e outro no Sul, afirmou o executivo durante evento do setor nesta terça-feira.
À Reuters, ele detalhou que os empreendimentos que estão avançando internamente somam um terço da carteira de 30 GW anunciada pela companhia no ano passado e incluem o projeto Aracatu, em estudo junto da Equinor.
“Estamos justamente preparando e passando pelas etapas de governança da Petrobras para, quando tiver o leilão, ganharmos um tempo interno… Queremos já começar uma tramitação”, explicou.
Segundo ele, a expectativa é de que os primeiros parques offshore possam entrar em operação em 2028 ou 2029, a depender da realização do leilão.
O Ministério de Minas e Energia vem trabalhando nos critérios que serão colocados para a seleção dos empreendedores no primeiro leilão de áreas para instalação de eólicas no mar.
O certame ainda não tem data para ocorrer, pois depende antes da aprovação de um marco legal para a fonte, tema que está pendente no Congresso.
Tolmasquim se disse “otimista” com a aprovação do marco e avaliou que o projeto aprovado pela Câmara dos Deputados no fim do ano está adequado quanto às regras que são necessárias para desenvolver a nova tecnologia no país.
Ele criticou, no entanto, os “jabutis” temas sem relação direta incluídos no projeto de lei das eólicas offshore, avaliando que são esses pontos que têm impedido a aprovação do texto.
A Petrobras, assim como outras petroleiras, busca ampliar seu portfólio com geração de energia renovável, como parte dos compromissos associados à transição energética.
Enquanto aguarda o marco legal, Tolmasquim disse que a companhia vem desenvolvendo projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) para instalação de dois aerogeradores no mar, um no Nordeste e outro no Sudeste, para ganhar experiência no setor.
“Ainda não está definido o tamanho (dos aerogeradores), mas a ideia é pegar entre os maiores disponíveis no mercado, que o fabricante queira trazer para o Brasil”, disse, lembrando que as máquinas para geração offshore têm potências superiores a 16 MW cada, muito superiores às produzidas nacionalmente para geração em terra.