O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio do Brasil poderá ter queda em 2024, com o setor enfrentando redução de preços de commodities agrícolas e de insumos para a produção, estimou nesta quarta-feira a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O indicador, que considera as atividades “dentro e fora da porteira” da fazenda, pode cair até 2% em 2024, segundo projeção da CNA elaborada em parceria com o centro de estudos Cepea, da Esalq/USP. Na melhor das hipóteses, o PIB do agronegócio do pais em 2024 ficaria estável ante 2023.
O resultado do PIB do setor dependerá dos efeitos do fenômeno climático El Niño para a safra de grãos que está sendo plantada, que enfrenta até o momento chuvas insatisfatórias no centro-norte e precipitações excessivas no Sul, especialmente no Rio Grande do Sul, disse a CNA.
“O resultado do PIB no ano que vem vai depender, sobretudo: da relação entre preços de produtos e custos de produção nos diferentes segmentos (para ambos, são esperadas quedas frente a 2023); da magnitude da retomada da agroindústria… e dos efeitos do El Niño sobre as produtividades no Brasil”, afirmou em relatório.
Em 2023, a CNA projeta que o PIB do agronegócio do Brasil cairá quase 1%, para 2,6 trilhões de reais, ante 2,62 trilhões de reais em 2022.
“A principal razão para o resultado negativo é o comportamento desfavorável dos preços do agronegócio, os quais foram registrados em todos os seus segmentos, mas especialmente no campo e quanto aos insumos”, disse a confederação em relatório.
Segundo a principal entidade do setor agropecuário do Brasil, a queda em 2023 “não será maior devido aos excelentes resultados da produção dentro da porteira e na agroindústria pecuária, em termos de volume de produção”. O Brasil colheu safras recordes de soja, milho e cana neste ano.