Os preços globais do cacau se recuperaram nesta terça-feira, após registrar perdas de mais de 20% na semana, à medida que gatilhos técnicos prevaleciam graças à baixa liquidez recorde, disseram negociantes.
Antes da queda desta semana, os futuros do cacau negociados na bolsa ICE e usados como referência para precificar o grão em todo o mundo tinham quase triplicado de valor este ano devido a condições climáticas adversas e doenças nos principais produtores, Costa do Marfim e Gana.
A ascensão deixou muitos participantes do mercado físico sem dinheiro e até afastou os fundos de hedge, disseram os operadores, deixando o mercado futuro nas mãos de fundos algorítmicos programados para seguir sinais técnicos semelhantes.
Na ausência de liquidez, estes fundos exageram as oscilações de preços tanto no sentido ascendente como no descendente.
“Há alguma notícia concreta que impulsionou o mercado aqui? Não”, disse Jonathan Parkman, chefe de vendas agrícolas da Marex.
“A posição de Nova York é minúscula, uma mínima histórica nos tempos modernos. A falta de liquidez irá movimentar o mercado desproporcionalmente em ambas as direções.”
Os futuros de julho do cacau em Londres na bolsa ICE caiu quase 15% na segunda-feira, a maior perda de um dia, e depois perdeu mais de 10% na abertura do mercado nesta terça-feira.
Eles fecharam em alta de 251 libras, ou 3,3%, a 7.929 libras por tonelada no fechamento, enquanto os contratos futuros de julho do cacau em Nova York subiu 3,9%, a 9.283 a tonelada, após perder quase 16% na segunda-feira.
O mercado está focado no desenvolvimento das culturas na Costa do Marfim e em Gana, o que se tornará mais claro nos próximos dois meses, alertando os investidores sobre se uma recuperação está prevista ou não na próxima temporada.
Os dois países produzem juntos quase 60% do cacau mundial e, com as perspectivas de colheita ainda obscuras por enquanto, não existem novos fatores fundamentais que impulsionem os preços e a oferta permanece extremamente restrita.
No caso de outras commodities softs, o julho do café robusta caiu 3,4%, a 4.021 dólares a tonelada tendo atingido um recorde na semana passada de 4.338 dólares enquanto o julho do café arábica caiu 4,8%, a 2,1665 dólares por libra-peso.
O maio do açúcar bruto perdeu 2,4%, a 19,71 centavos de dólar por libra-peso. O contrato expirou nesta terça-feira com uma grande entrega.
O agosto do açúcar branco caiu 0,8%, a 569,30 dólares a tonelada.