A Telecom Italia não espera nenhum obstáculo antitruste específico para a venda de seus ativos de rede de telefonia fixa para norte-americana KKR, disse o presidente-executivo da companhia, Pietro Labriola, nesta quinta-feira.
O negócio, no valor de até 22 bilhões de euros, é um dos principais pilares da reestruturação da Telecom Italia capitaneada por Labriola e que tem como objetivo reduzir a dívida da companhia controladora da TIM (TIMS3) no Brasil.
“Não prevemos questões específicas… em nível antitruste”, disse Labriola durante apresentação dos resultados trimestrais da companhia. Segundo ele, o negócio com a KKR não criará nenhuma concentração no mercado.
O executivo confirmou que o acordo deve ser fechado em meados deste ano, sujeito à aprovação do órgão regulador antitruste da UE.
Labriola minimizou as preocupações que as operadoras rivais supostamente levantaram junto aos órgãos reguladores da UE sobre a relação entre a rede somente de atacado que será vendida à KKR e o negócio de serviços remanescente da Telecom Italia.
Em uma contestação ao acordo, o principal investidor da TIM, a francesa Vivendi, também solicitou ao órgão de fiscalização antitruste da UE análise do papel desempenhado pelo Tesouro italiano nos planos que preveem a combinação posterior dos ativos de rede da Telecom Italia com os da rival Open Fiber, que conta com investimento do Estado.
Labriola, que está buscando um segundo mandato à frente da Telecom Italia, deverá apresentar um novo plano de negócios de três anos para a empresa em 7 de março.
Com sua participação de 24%, a Vivendi pode ser o principal obstáculo para a recondução de Labriola na assembleia de acionistas da Telecom Italia marcada para abril.