O relatório da CPI da Americanas (AMER3) deve ser votado na semana que vem, disse nesta terça-feira o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga o caso de suposta fraude fiscal na varejista, deputado Carlos Chiodini (MDB-SC).
“A reunião tem uma pauta específica em que eu farei a leitura do relatório, não todas as 300 páginas e os depoimentos na íntegra, mas a introdução, os capítulos mais relevantes, importantes.
A votação fica para semana que vem, após duas sessões do Plenário”, afirmou o relator a jornalistas antes da reunião do colegiado nesta terça.
Divulgado na segunda-feira, o relatório da CPI não imputa responsabilidades pela alegada fraude fiscal multibilionária, mas sugere uma série de medidas a serem consideradas pelo Congresso com o objetivo de reforçar a regulação do mercado.
Durante a CPI, a própria Americanas disse ter indícios de que uma fraude estimada pela companhia em mais de 25 bilhões de reais no resultado tenha ocorrido, e citou nominalmente alguns ex-diretores. O caso veio à tona no início deste ano.
Os diretores citados, porém, não compareceram à CPI ou permaneceram calados perante os parlamentares, alguns de porte de decisões judiciais que asseguravam tal conduta.
“Chegamos à conclusão que há indícios dessa fraude ter sido estruturada pela antiga diretoria. Porém, esse termo (diretoria) é muito amplo, uma companhia desse porte teve dezenas de diretores nesse período”, disse o relator.
“Mesmo prorrogando o prazo limite (da CPI), que seria 60 dias, não ia chegar no âmbito do Ministério Público Federal (MPF), da Polícia Federal e, posteriormente, do Judiciário, a uma conclusão nesse caso”, acrescentou.
Na segunda-feira, a Americanas e o trio de bilionários que é acionista de referência da varejista trocaram acusações com o ex-presidente-executivo Miguel Gutierrez sobre a responsabilidade da alegada fraude contábil que levou o grupo a fazer um dos maiores pedidos de recuperação judicial da história.