O governo federal tem indicado às distribuidoras de energia elétrica que o processo de renovação dos contratos de concessão segue normalmente no Tribunal de Contas da União, disse nesta quinta-feira o CEO da Equatorial Energia (EQTL3), Augusto Miranda.
“O ministro (Alexandre Silveira) tem colocado de forma clara, se posicionado como se o processo estivesse muito dentro da normalidade, é o que temos capturado dentro dos diálogos com o ministério”, afirmou, durante teleconferência para comentar os resultados do terceiro trimestre.
Questionado se o apagão ocorrido no Estado de São Paulo poderia afetar a evolução desses trabalhos, ele avaliou que o evento suscitou discussões aquecidas e de “viés político”.
Segundo o CEO da Equatorial, apesar de problemas eventuais que possam surgir no atendimento a clientes, os avanços trazidos em termos de qualidade com a privatização dos serviços de energia são “inegáveis”.
“Os fatos estão muito evidentes para superarem essa discussão”, disse.
Um forte temporal ocorrido na última sexta-feira chegou a deixar no escuro 4 milhões de endereços paulistas, prejudicando clientes das distribuidoras dos grupos Enel, CPFL, Neoenergia e EDP, que estão negociando com a União a renovação de suas concessões que vencem entre 2025 e 2031.
As declarações do executivo vão em linha com a avaliação do presidente da EDP Brasil, que será a primeira empresa a assinar novo contrato de distribuição nos novos moldes propostos pelo governo. Na véspera, João Marques da Cruz afirmou que não enxerga “alterações significativas” no processo, que está em fase final.
A Equatorial tem processo de renovação de concessões nos próximos anos, mas não atua em São Paulo.