As atividades de atenção ambulatorial executadas por médicos e odontólogos em consultórios, ambulatórios, clínicas médicas especializadas, clínicas odontológicas e serviços de vacinação e imunização registraram 48,7 mil novas micro e pequenas empresas (MPE) em 2023.
Foi um aumento de 10,5% se comparado ao ano anterior e de 84% em relação a 2019, o que fez com que o segmento alcançasse a primeira posição no ranking de Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), com o maior volume de pequenos negócios abertos, segundo levantamento realizado pelo Sebrae com base em dados da Receita Federal.
O Brasil também registrou a abertura de 36,5 mil MPE de atividades lideradas por nutricionistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas. O número representa alta de 32% em cima do ano anterior, quando foram registradas 27,7 mil novas empresas, e um salto de 226,6% na comparação com 2019, que somou 11,1 mil novas empresas.
Esse crescimento exponencial está ligado ao surgimento de novos negócios e demandas e prestações de serviços. Na pandemia de covid-19, o setor de saúde foi um dos que mais tiveram fôlego e seu visível avanço se deu por causa da telemedicina e de outras ferramentas e modelos de negócio que se adaptaram à realidade do distanciamento social.
O período foi um marco para a atenção sobre a saúde de uma maneira geral, mas, principalmente, a saúde mental.
Segundo dados da Receita Federal, atualmente o país tem pouco mais de 430 mil empresas ativas registradas nos dois CNAE. Para garantir a sobrevivência no setor de saúde é preciso saber lidar com a competitividade e agregar valor.
O diferencial de um negócio pode estar no tratamento dado ao cliente no pré e no pós-atendimento, através de mensagens e pesquisa de satisfação, por exemplo.
“Hoje, retém-se clientela com sistema, processo e bom relacionamento, a partir de uma nova roupagem da saúde que é a transformação digital”, destaca Flavio Barros, analista de Competitividade do Sebrae Nacional.
Com o aumento da procura por serviços de saúde, as empresas também começaram a demandar a necessidade de apoio em gestão. Isso porque a formação acadêmica dos profissionais da área ainda não abrange temas como empreendedorismo.
“Eles não foram formados para ter a cultura de gerir um negócio. É aí que entra o Sebrae, atuando na melhora da sobrevivência, trazendo modelos sofisticados de operação, trabalhando com valores éticos”, disse Flavio Barros, analista de Competitividade do Sebrae Nacional.
Elevando a competitividade dos pequenos negócios de saúde
Com atuação nas cinco regiões do país a partir das unidades do Sebrae nos estados, o Programa Brasil + Competitivo busca elevar o nível de competitividade dos pequenos negócios por meio de jornadas estruturadas que promovam ganhos de produtividade, ampliação de mercados, melhoria de gestão e aumento da competitividade estrutural e sistêmica, considerando as especificidades dos setores, cadeias e vocações territoriais.
A partir da inteligência setorial, territorial e de mercado, e com a mensuração de resultados efetivos para os pequenos negócios, o Sebrae oferece soluções que promovam o aprimoramento dos negócios, o acesso a mercados nacionais e internacionais, a adoção de inovações tecnológicas voltadas para aumento da sua produtividade, bem como a promoção da prosperidade nos territórios alavancando economias portadoras de futuro.
Em 2023, o grupo de empresas que participou da iniciativa teve uma média de aumento de 16% do faturamento. Os empreendimentos da área da saúde atingiram um índice ainda maior, com 23,4% de aumento, mostrando que o mercado está aquecido e as empresas estão buscando destaque no setor.
Com base nos resultados do programa, o Sebrae lança para 2024 a jornada “Clínicas do Futuro”, a fim de levar a um maior número de empresas a uma atuação exitosa do segmento.
O Brasil + Competitivo passará a se chamar Impulsionar Negócios e serão quase 30 iniciativas no tema Saúde e Saudabilidade e mais de R$ 9 milhões investidos no desenvolvimento de projetos de competitividade.