A produção de petróleo e gás da Shell no Brasil deve alcançar uma média de 400 mil barris de óleo equivalente ao dia (boed) em 2023, ante 380 mil na média do ano passado, disse o CEO da empresa no país, Cristiano Costa.
Durante evento no Rio de Janeiro, ele disse que a expansão da produção da Shell é apoiada em um crescimento orgânico das atividades e no “ramp-up” das unidades.
“A perspectiva da companhia é manter esse patamar na casa dos 400 mil barris nos próximos anos”, afirmou Costa em entrevista a jornalistas.
O Brasil tem um peso expressivo na produção global da Shell cujo segmento de “upstream” encerrou o terceiro trimestre deste ano com 1,750 milhão de boed no mundo.
Em julho, a empresa chegou atingir a marca recorde 458 mil de boe ao dia no país, disse ele.
Toda a produção da petroleira no Brasil é exportada.
O presidente da Shell no Brasil aposta que o combustível fóssil ainda será necessário por um bom tempo, uma vez que as fontes alternativas aos derivados de petróleo ainda estão sendo implementadas e não se mostram suficientes para atender a demanda global por energia.
“Em todos os cenários de carbono zero você ainda vê formas tradicionais de hidrocarbonetos para suprir a energia por algumas décadas. No caso da Shell, a gente vê o pico de hidrocarbonetos na metade da década de 2030, outras instituições veem depois”, afirmou Costa.
Ele defendeu que o país abra novas bacias exploratórias, entre elas a Margem Equatorial, para manter a possibilidade de expansão da produção óleo diante de sinais de fadiga de bacias tradicionais como Campos e Santos.
“Por que ainda investir em hidrocarbonetos? Um campo de produção de óleo e gás se você não fizer nada ele declina 7% (ao ano); se não investir nada, daqui a dez anos não tem mais praticamente produção de óleo no mundo. Há sempre um declínio natural que é compensado por novos investimentos e novas plataformas produção”, declarou ele.
Nos próximos anos, novos projetos da Shell em parceria com a Petrobras vão entrar em operação. O campo de Mero 2 começará a produzir até fim de 2023, além de Mero 3 e Mero 4, no pré-sal da bacia de Santos, em 2024 e 2025, respectivamente.
A empresa vem investindo nos últimos anos entre 1 e 1,5 bilhão de dólares ao ano no Brasil.