A Siemens Energy disse nesta segunda-feira que os problemas revelados recentemente em sua unidade de turbinas eólicas custarão 2,2 bilhões de euros (2,4 bilhões de dólares), bem abaixo das estimativas no pior cenário, mas ainda lançando dúvidas sobre se o negócio continuará em dificuldades.
Os encargos vão inflar o prejuízo líquido da Siemens Energy mais de seis vezes em 2023, para 4,5 bilhões de euros, disse a empresa, ao publicar os resultados do terceiro trimestre mostrando uma carteira de pedidos recorde de 106 bilhões de euros devido à forte demanda.
O grupo também cortou suas perspectivas de vendas e divulgou uma nova perspectiva de lucro menor, depois de ter interrompido a projeção após os problemas divulgados, que incluem rugas nas pás do rotor e engrenagens defeituosas em suas turbinas terrestres mais recentes.
O fornecedor de equipamentos e serviços para a indústria de energia disse que apenas algumas das 2.900 turbinas de seus modelos 4.X e 5.X mais recentes no campo foram afetadas pelos problemas, mas se recusou a fornecer um número específico.
As ações da empresa caíam nesta segunda-feira, com os analistas da Jefferies chamando a divulgação de “muito confusa”, com risco de custos adicionais. Já outros, como o JPMorgan, disseram que os valores devem aliviar os temores de uma queda ainda maior.
A Siemens Energy chocou os mercados no final de junho, quando anunciou uma ampla série de problemas na Siemens Gamesa, uma das maiores fabricantes de turbinas eólicas do mundo, apenas algumas semanas depois de conseguir adquirir totalmente o negócio que antes detinha apenas parcialmente.
‘Retrocesso enorme’
Embora em linha com a estimativa da própria Siemens Energy de mais de 1 bilhão de euros, o custo total das cobranças divulgado nesta segunda-feira está abaixo da estimativa de mercado mais pessimista de mais de 5 bilhões de euros elaborada pelo UBS.
O CEO da Siemens Energy, Christian Bruch, disse que embora a situação na Siemens Gamesa seja um “enorme revés”, o desempenho das unidades remanescentes do grupo, incluindo turbinas a gás e estações conversoras de energia, forneceu um lado positivo.
Bruch, durante uma conferência com jornalistas, disse que a revisão estava sendo feita com “olhos muito abertos, com todas as opções” quando questionado se partes da Siemens Gamesa poderiam ser vendidas ou reduzidas.
Ele disse que a energia eólica continua sendo um mercado em crescimento estrategicamente relevante, mas acrescentou que é fundamental que o negócio seja lucrativo, algo que a Siemens Gamesa não conseguiu alcançar nos últimos anos.