Com um salto na moagem de cana-de-açúcar na primeira quinzena de dezembro, assim como na produção de açúcar, o centro-sul do Brasil confirmou novos recordes na safra 2023/24 antes mesmo do encerramento oficial do ciclo, em 31 de março do ano que vem, segundo dados divulgados nesta terça-feira pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).
Beneficiada por uma recuperação nas produtividades dos canaviais, tanto por um clima favorável quanto por investimentos feitos pelas usinas, a principal região canavieira do maior produtor global de açúcar viu aumento de 18,29% na moagem da de cana no acumulado da safra até 16 de dezembro ante o mesmo período do ano anterior, para 638,4 milhões de toneladas.
Com esse volume processado, o centro-sul já deixou para traz a melhor marca da história em uma safra completa, de 617,7 milhões de tonelada, alcançada em 2015/16.
Após anos de baixas produtividades em meio a problemas climáticos, o centro-sul elevou em mais de 20% o rendimento agrícola na safra atual ante o mesmo período do ciclo anterior (acumulado de abril a novembro), segundo dados do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), para 88,1 toneladas por hectare.
Com uma maior destinação de cana para a produção do açúcar, que esteve mais rentável que o etanol na safra 2023/24, a fabricação do adoçante aumentou 25,16% ante o mesmo período do ano passado, para 41,75 milhões de toneladas.
Este volume deixa para traz a melhor marca anterior, de 2020/21, quando o centro-sul produziu 38,5 milhões de toneladas de açúcar.
Esses números devem aumentar um pouco mais até o final da safra, uma vez que mais empresas estão em operação para dar conta da colheita maior, ainda que a maior parte da moagem já esteja concluída a esta altura.
Segundo a Unica, 162 unidades tinham finalizado o processamento até o final da primeira quinzena de dezembro, abaixo das 214 na mesma época do ano passado, quando a safra foi menor. Para a próxima quinzena, mais 83 unidades produtoras devem encerrar a safra, segundo previsão da associação.
Os dados do acumulado da safra ficaram mais robustos após a divulgação, pela Unica, nesta terça-feira, das informações relativas à primeira quinzena do mês.
A produção de açúcar do centro-sul do Brasil mais do que triplicou na primeira quinzena de dezembro em comparação com o ano anterior, mostraram dados da Unica, aumentando 205,4%, para 925.000 toneladas.
A Unica informou em relatório processamento de 19,08 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no período, alta de 244,3% em relação ao ano anterior, com a produção total de etanol saltando 113,7%, para 1,02 bilhão de litros.
Etanol
No acumulado da safra, a produção de etanol (de cana e milho), somou 30,87 bilhões de litros, avanço de 13,65% ante o mesmo período da safra anterior, sendo 18,4 bilhões de litros de álcool hidratado (+17,57%) e 12,5 bilhões de etanol anidro (+8,3%).
Pelos dados da Unica, a produção de etanol ainda está um pouco distante do recorde, de 33,26 bilhões de litros, registrado em 2019/20.
Na primeira quinzena de dezembro, as vendas de etanol pelas unidades produtoras totalizaram 1,43 bilhão de litros, alta de 25,90% em relação ao mesmo período da safra 22/23, segundo a Unica.
O volume comercializado de etanol hidratado registrou salto de mais de 50% no período, para 949,15 milhões de litros.
Já as vendas de etanol anidro (consumido na mistura com a gasolina no Brasil) somaram 479,17 milhões de litros na primeira quinzena do mês, queda de 4,69%.
As vendas de etanol hidratado ganharam competitividade frente à gasolina nos últimos meses, após o combustível fóssil ter ficado parte da safra mais competitivo nos postos.
Com a produção recorde de cana e o crescimento da fabricação do combustível a partir do milho, o acumulado da safra 2023/24 registra comercialização de etanol de 22,47 bilhões de litros, alta de 6,91%.
As vendas de etanol hidratado somaram na safra 13,36 bilhões de litros (+9,60%), enquanto as de anidro atingiram 9,12 bilhões (+3,19%).