XP Inc (XP) (XPBR31) e PicPay anunciaram a clientes na semana passada que não vão mais oferecer operações de compra e venda de criptoativos, pouco mais de um ano após lançarem suas “exchanges” em agosto de 2022.
A XP não explicou a razão da decisão e apenas confirmou, em nota enviada pela assessoria de imprensa após ser procurada pela Reuters, o encerramento das atividades da Xtage, sua plataforma de negociação de ativos digitais.
Não é a primeira vez que uma empreitada envolvendo a XP no segmento cripto é descontinuada. Em 2020, a Xdex, que tinha entre seus acionistas a XP Controle e General Atlantic, encerrou as operações pouco menos de dois anos após o lançamento.
Já o PicPay afirmou que optou por pausar sua operação de criptomoedas “diante da indefinição regulatória do setor”.
“Apesar dos avanços regulatórios recentes, a definição do arcabouço legal até o momento está em aberto”, disse Daniel Mandil, executivo responsável pela operação no banco digital, em comunicado.
O PicPay destacou que a decisão não impacta na participação da companhia nos testes do Drex, a moeda digital do Banco Central, e acrescentou que a pausa permitirá direcionar os esforços para a evolução do seu ecossistema.
O setor de criptoativos no mundo experimentou uma forte turbulência no ano passado, com a quebra de gigantes como a FTX e mais uma série de pedidos de proteção contra falência desencadeando uma crise de confiança envolvendo o setor.
O bitcoin perdeu 64% em 2022.
Neste ano, o bitcoin acumula uma alta ao redor de 87%, mas ainda está distante das máximas registradas em 2021, quando alcançou 69 mil dólares. Nesta segunda-feira, era transacionado a 30,883 dólares.
Na nota enviada à Reuters, a XP afirmou que os clientes terão acesso à plataforma para vender seus ativos proativamente até 15 de dezembro de 2023.
A partir do dia seguinte, a Xtage venderá compulsoriamente os ativos que não foram negociados e depositará o valor na conta digital do cliente mantida na XP.
No caso do PicPay, os usuários que têm saldo em criptomoedas podem liquidar seus tokens até o dia 11 de dezembro.
Quem desejar manter os ativos terá a opção de fazer a portabilidade para a Foxbit, corretora especializada em criptoativos, desde que manifeste interesse a partir de 30 de outubro.
Na contramão, a Mynt, plataforma de criptoativos do BTG Pactual, vem ampliando suas funcionalidades, tendo anunciado em agosto novos serviços e foco também em clientes institucionais.
Entre os cerca de 30 ativos digitais oferecidos, está a sua stablecoin, o BTG Dol, com preço lastreado em dólar norte-americano e paridade de 1 para 1.
A plataforma de negociação de criptoativos MB também vem diversificando atividades nos últimos anos, como em tokenização, enquanto também pretende elevar as operações no mercado institucional e está mirando expansão internacional, conforme entrevista recente de executivo da empresa à Reuters.