A Universidade de Harvard foi processada por estudantes judeus que a acusaram de permitir que seu campus se tornasse um bastião do antissemitismo.
Em uma ação apresentada na noite de quarta-feira, seis estudantes acusaram Harvard de aplicar seletivamente suas políticas antidiscriminatórias para evitar a proteção de estudantes judeus contra perseguição, ignorando seus pedidos de proteção e contratando professores que apoiam a violência antijudaica e divulgam propaganda antissemita.
“Com base em seu histórico, é inconcebível que Harvard permita que qualquer grupo… seja alvo de abuso semelhante ou que permita, sem resposta, que alunos e professores peçam o aniquilamento de qualquer país”, diz a queixa.
Os estudantes buscam uma liminar para barrar as supostas violações de Harvard ao Título VI da Lei de Direitos Civis de 1964, que proíbe os beneficiários de recursos federais de permitir a discriminação com base em raça, religião e origem nacional.
Eles entraram com o processo oito dias depois que a presidente de Harvard, Claudine Gay, renunciou, sob críticas por sua condução do antissemitismo após o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023. Ela também enfrentou acusações de plágio.
Harvard não quis comentar nesta quinta-feira sobre o processo, que foi apresentado no tribunal federal de Boston.
Os autores da ação incluem Alexander Kestenbaum, que é estudante da Harvard Divinity School; cinco estudantes não identificados de direito e saúde pública de Harvard e a organização sem fins lucrativos Students Against Antisemitism.
Outras instituições, incluindo a Universidade de Nova York, a Universidade da Califórnia, Berkeley e a Universidade da Pensilvânia, enfrentam ações judiciais semelhantes.
Instituições acadêmicas em todo o mundo têm sido abaladas por disputas sobre a liberdade de expressão e o direito de protestar desde o início da guerra entre Israel e Hamas em Gaza.
Em novembro, o Departamento de Educação dos EUA abriu uma investigação sobre a forma como Harvard lidou com o antissemitismo no campus, depois de iniciar investigações em várias outras universidades.
Um painel da Câmara dos Deputados também está examinando a forma como Harvard lida com o antissemitismo.