Após passar por Brasília e pelo Rio de Janeiro, o Festival Latinidades chega a São Paulo nesta semana. Criado em 2008, o evento é considerado o maior festival de mulheres negras da América Latina, promovendo um espaço de articulação política e cultural em torno do 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.
Na capital paulista, o Festival Latinidades vai de sexta-feira (21) a domingo (23), no Centro Cultural São Paulo (CCSP) e no Museu das Favelas.
Com uma programação multilinguagem, que envolve oficinas, palestras, debates, rodas de negócios e música, o festival deste ano explora como tema o Bem-Viver, conceito que encontra ressonância nos modos de viver dos povos da floresta e povos tradicionais da América Latina e que inverte a lógica atual de funcionamento do mundo e das economias, dando lugar ao cuidado com as pessoas e o meio ambiente, ao invés da busca por lucro e desenvolvimento a todo custo.
Atrações
Nos dois primeiros dias do evento, as atrações serão no Centro Cultural São Paulo, ao lado da estação de metrô Vergueiro.
Na sexta-feira, a programação tem início às 14h, na Sala Jardel Filho, com uma homenagem à escritora, pesquisadora e intelectual Helena Theodoro, grande referência na pesquisa sobre cultura negra, carnaval, samba e arte, experiências religiosas africanas e afro-brasileiras e relações raciais. Haverá apresentação da Escola de Samba Mocidade Unida da Mooca, que mostrará seu samba-enredo para o Carnaval do ano que vem: Oyá Helena. Pouco depois, às 16h, no mesmo local, começa o painel Construindo a cultura do bem-viver entre mulheres negras e indígenas.
No mesmo dia, também a partir das 14h, ocorre o Espaço Ilera Latinidades, uma novidade da edição deste ano. Ilera é uma organização focada em cultura, saúde e ancestralidade e irá promover uma série de vivências, entre elas, uma de cultura popular para crianças.
No sábado, às 14h, a artista e senadora mexicana Susana Harp fará conferência sobre o tema Direito Coletivo na Lei do Patrimônio Cultural dos Povos e Comunidades Indígenas e Afro-Mexicanas. Às 15h, ocorrem as Pedagogias Decoloniais. Ainda no sábado, haverá workshop de dança tradicional haitiana e também vivências no Espaço Ilera de Bem-Estar.
Também faz parte da programação a Feira Preta Latinidades, que ocorre na sexta-feira e no sábado, das 14h às 20h, no Centro Cultural São Paulo. Nos dois dias, estão previstos ainda shows no Centro Cultural São Paulo. Os destaques de sábado serão as cantoras Ellen Oléria e Zezé Motta.
No domingo, a programação muda de ambiente e será toda no Museu das Favelas. A partir das 10h, ocorre o Fórum Estadual da Frente Nacional de Mulheres do Hip Hop. Para encerrar o evento, está marcada uma apresentação de Katú Mirim, a partir das 17h.
A programação completa do festival em São Paulo, além da distribuição de ingressos, pode ser conferida no site do evento em São Paulo.
Depois de São Paulo, o festival Latinidades vai para Salvador, com atrações de 29 a 30 deste mês.