O dólar pode estar rumo ao nível de R$ 4,50 ao passo que os investidores “compram” a ideia de responsabilidade fiscal no Brasil, avalia o banco holandês ING em uma nota distribuída a clientes nesta segunda-feira (12).
“Não somos grandes fãs do real brasileiro, mas temos que admitir que um caso de alta [ante o dólar] pode estar se formando e que corremos o risco de perder um rali forte”, escreve Chris Turner, chefe global de mercados e de pesquisa regional.
O argumento otimista é que um Banco Central confiável, operando agora com “paciência e serenidade”, está mantendo as taxas em 13,75% ao ano para garantir que a inflação realmente fique sob controle. “Com a inflação agora em 4%, as taxas reais são muito atrativas”, diz.
Turner lembra que o CDS (Credit Default Swap) dos títulos de 5 anos do Brasil – um tipo de seguro em relação aos pares do BC americano – está sendo negociado abaixo de 200 pontos-base, o que fez os rendimentos dos títulos em moeda local de 10 anos caírem de 13,65% para 11,20% ao ano.
“Uma alta final do Fed neste verão pode manter a relação entre o dólar e o real (USD/BRL) não muito longe de 5, mas nossas previsões estarão em revisão para uma possível queda para R$ 4,50”, conclui Turner. A próxima reunião do BC americano acontece nos dias 13 e 14 de junho.