A Petrobras (PETR3; PETR4) informou na segunda-feira (10) que iniciou o processo de avaliação para uma possível compra da participação de 38,3% da Novonor, antiga Odebrecht, na Braskem (BRKM3; BRKM5; BRKM6), e reiterou que nenhuma decisão ainda foi tomada.
Os analistas Pedro Soares e Thiago Duarte, do BTG, destacam que a estatal tem enfatizado a importância de reacender o crescimento, inclusive no setor petroquímico.
“Portanto, a aquisição da Braskem se encaixa nessa estratégia e a narrativa transmitida até agora. Além disso, a compra da participação da Novonor por R$ 40/BRKM5 (preço mais alto do que as propostas recentes da petroquímica) implicaria em um aumento de alavancagem de menos de 0,1 vez a dívida líquida sobre o Ebitda (ND/EBITDA) para a Petrobras e poderia ser coberta sem muita dificuldade”, destacam.
Minoritários
Mas, mesmo que siga adiante, analistas do mercado financeiro alertam que os acionistas minoritários não terão ganhos com a operação.
“Apesar de entendermos que o acesso ao data room possa ser protocolar, o risco da empresa levar a aquisição adiante não pode ser desprezado. Vale lembrar que o estatuto da BRKM não garante tag along para minoritário caso outro acionista de preferência venha a exercer a aquisição”, analisa a Genial Investimentos.
“Nossa percepção é que uma compra pela Petrobras não implicaria em uma mudança de controle, não incluindo, portanto, direitos de tag along para acionistas minoritários de ações preferenciais. Os detentores minoritários de ações com direito a voto ainda teriam direitos de tag along de 80%, mas os minoritários detêm apenas 2,9% das ações com direito a voto altamente ilíquidas”, pontua o BTG.
“Se a Petrobras exercer seu direito de primeira recusa, os direitos de tag along serão acionados apenas para detentores das ações ordinárias, não das preferenciais”, explica a Ágora Investimentos.