As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) parecem blindadas das interferências do governo federal e podem pagar em torno de 16% em dividendos nos próximos cinco trimestres, alerta o BTG Pactual em um relatório enviado a clientes nesta quinta-feira (25).
“Permanecemos positivos em relação à Petrobras e acreditamos que a ação continua a oferecer uma combinação atraente de múltiplos baratos e potencial de reavaliação”, explicam os analistas Bruno Lima, Pedro Soares e Thiago Duarte.
No relatório “Reacendendo a fé”, o banco explica que apesar da alta volatilidade, impulsionada pela incerteza sobre o crescimento global, os preços do petróleo subiram 4% no acumulado do ano, mas que o desempenho das ações não se baseia apenas no petróleo.
“Pensamos que a força das ações reflete mais do que apenas isso, mas também a confiança crescente de que conseguirá proporcionar retornos elevados em 2024 por meio de dividendos e recompras volumosos”, destacam.
A recomendação de compra foi reiterada, com o preço-alvo elevado em US$ 3 para as ADRs (PBR; PBR.A), chegando a US$ 19, e em R$ 8 para as ações, alcançando R$ 47.
Por que manter a fé?
O banco argumenta haver muito tempo subestima os mecanismos de defesa oferecidos pelo estatuto da Petrobras e pela lei das estatais, e que os riscos para o balanço da empresa e seu potencial de geração de caixa no curto prazo foram significativamente menores.
“Sim, desde então foi criada reserva de capital para potencial retenção de lucros, o estatuto social da companhia foi revisado, retirando a proibição de indicação de pessoas politicamente expostas para a administração e conselho de administração da companhia, e um novo plano estratégico de 5 anos foi aprovado criando um ”bolsão” para fusões e aquisições”, pontuam.
Contudo, a Petrobras continuou aumentando os preços dos combustíveis quando necessário, tem pagado dividendos conforme a sua política, já recomprou cerca de 66% das ações estipuladas no seu programa de recompra e (ainda) não fez quaisquer investimentos inorgânicos.