No último trimestre de 2023, a Braskem (BRKM5) enfrentou desafios significativos, refletidos em sua prévia operacional divulgada recentemente.
O destaque foi a queda de 9% no volume de vendas de resinas no Brasil em comparação com o mesmo período do ano anterior, atingindo 785 mil toneladas.
Essa redução é atribuída a diversos fatores, incluindo uma menor demanda por estireno e uma diminuição no volume de venda de gasolina no mercado brasileiro.
Segundo a empresa, a queda no volume de vendas também pode ser atribuída à priorização de vendas com maior valor agregado e à sazonalidade do período. “A taxa de utilização se manteve baixa na maior parte das suas unidades, o que refletiu no baixo volume de vendas”, observou Mateus Haag, analista da Guide Investimentos.
Para os analistas do BTG Pactual, Bruno Lima, Pedro Soares e Thiago Duarte, a situação da Braskem exige uma abordagem cautelosa. Eles afirmam que a oferta e demanda de petroquímicos permanecerão desequilibradas por mais tempo, o que pode impedir uma recuperação rápida dos spreads. Apesar da queda nas ações da BRKM desde as máximas do ano anterior, eles ainda consideram o valuation pouco atraente.
Desempenho das ações da Braskem em relação ao Ibovespa em 1 ano
André Vidal e Helena Kelm, analistas do XP Investimentos, destacaram que o último trimestre de 2023 continuou sendo desafiador para o setor petroquímico como um todo.
Embora houvesse algum alívio nos preços e spreads, especialmente no polietileno à base de etano no México, as taxas de utilização e as vendas no Brasil permaneceram pressionadas. Eles esperam que a Braskem apresente outro trimestre fraco, apesar de uma melhora em comparação trimestral e anual, prevendo um EBITDA ajustado de R$ 1.053 milhões (USD 213 milhões).
Diante dessas análises e perspectivas, a Braskem enfrenta desafios significativos no atual cenário do mercado petroquímico, exigindo cautela por parte dos investidores e uma estratégia sólida por parte da empresa para superar os obstáculos e retomar o crescimento sustentável.