A Casas Bahia (BHIA3) preferiu realizar uma oferta de ações “a qualquer preço” a esperar os reflexos positivos do seu próprio plano de recuperação.
A avaliação está em um relatório da equipe do BB Investimentos divulgado a clientes. O banco cortou a recomendação de compra da varejista para neutra, menos de um mês após realizar o oposto.
A operação levantou cerca de R$ 623 milhões à varejista, a um preço de R$ 0,80 por ação. O valor corresponde a uma queda de 35% do preço das ações entre o dia 05 de setembro, data de lançamento da oferta, e 11, no dia após a divulgação do plano de transformação.
A analista Georgia Jorge observa que a atitude sinalizou aos investidores a necessidade de captação de recursos “a qualquer preço”. O fato de isso acontecer antes dos primeiros sinais positivos decorrentes do plano de transformação acendeu o alerta.
O preço-alvo para 2024 foi cortado de R$ 2,30 para R$ 1,40.
Sem rumo
A Casas Bahia poderia, segundo Jorge, oferecer ao mercado um cronograma de implementação das mudanças propostas para facilitar o acompanhamento do plano.
Isso diminuiria a assimetria e, consequentemente, o prêmio de risco, explica.
Como se não bastasse, toda essa batalha acontece em um momento em que acontecem discussões envolvendo questões tributárias no Brasil e a entrada de novos concorrentes.
“Monitoraremos os resultados dos próximos trimestres, bem como o equilíbrio da relação risco-retorno — que hoje se encontra em patamar desfavorável para os nossos investidores — para revisitar as premissas atribuídas à nossa recomendação atual”, conclui.
