A Cielo (CIEL3), uma das maiores empresas de processamento de pagamentos no Brasil, enfrenta um momento decisivo com a potencial Oferta Pública de Aquisição (OPA) por parte de seus acionistas controladores, Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3).
Este processo, no entanto, tem sido objeto de controvérsia, com acionistas minoritários desafiando o valor da oferta inicial e exigindo um novo laudo de avaliação.
Segundo análise da Genial Investimentos, assinada por Eduardo Nishio, “todo o processo pode demorar algo em torno de 150 dias”, período que pode trazer tanto incertezas quanto oportunidades para os investidores.
Novo laudo da OPA
Após a solicitação de um novo laudo de avaliação por acionistas minoritários, o processo de OPA foi temporariamente suspenso pela CVM. Os minoritários consideram que o preço justo por ação deve ser de R$ 7,89, valor significativamente superior aos R$ 5,35 ofertados inicialmente.
“Não vemos tanto apetite dos controladores de cobrir esse valor de R$ 7,89”, aponta Nishio, sinalizando um possível impasse entre as partes.
Diante das circunstâncias atuais e dos eventos futuros, a Genial alterou sua recomendação para as ações da Cielo de manter para comprar, ajustando o preço-alvo de R$ 5,2 para R$ 6,13. Essa revisão reflete “uma oportunidade de valorização adicional no curto prazo para os investidores”, considerando a expectativa de que o novo laudo de avaliação apresente um valor acima da oferta inicial.
A próxima assembleia de acionistas, marcada para uma votação exclusivamente digital para 2 de abril, poderá ser um momento chave para o desenlace da OPA.
Nishio destaca: “A votação irá ser feita apenas pelos minoritários, por isso consideramos alta a probabilidade destes pedirem um novo laudo de avaliação para maximizar o valor final”. O resultado dessa assembleia poderá influenciar significativamente o preço das ações da Cielo e o futuro da oferta.
Para a Genial, a situação atual da Cielo representa uma conjuntura de risco e recompensa. O analista ressalta: “Caso os controladores não aprovem o preço do novo laudo, a oferta será cancelada”, o que poderia ter implicações negativas para a performance das ações e, potencialmente, para as operações da empresa.