Os investidores que esperam por uma virada de mão no Ibovespa (IBOV) se animaram com o corte da Selic de 0,5 ponto percentual na Selic em agosto, levando-a para 13,25%.
Esse nível, contudo, continua distante do patamar reconhecido como chave para uma volta à Bolsa.
Um levantamento do Bank of America Merrill Lynch com 31 grandes gestores que administram aproximadamente R$ 400 bilhões revela que a perda do nível de 10% da Selic é o ponto fundamental para uma mudança estrutural.
Considerando que o Copom (Comitê de Política Monetária) continue em seu ritmo de 50 pontos-base por reunião até lá, essa fronteira seria rompida em torno de maio e junho de 2024.
Cautela
As saídas de fundos de ações locais já diminuíram nos últimos meses. Os dados também mostram que 48% dos entrevistados planejam aumentar a exposição nos próximos 6 meses, de 38% no em agosto.
Os níveis em caixa, entretanto, seguem elevados em 7,5% do patrimônio, enquanto estavam em 8% no mês passado. A média histórica é bem inferior, a 5,1%.
Cerca de 45% dos entrevistados irão rotacionar à Bolsa quando a Selic chegar a 10%.
Ibovespa: de olho em 2024
A pesquisa de setembro do BofA trouxe também as primeiras impressões dos tubarões do mercado sobre as perspectivas para o Ibovespa em 2024.
A maioria estima o índice entre 130 e 140 mil até o final do próximo ano.
Economia
Os gestores estão mais otimistas com a economia brasileira e 81% deles estimam o PIB de 2023 acima de 2%. Em agosto, todavia, apenas 47% deles projetavam esse nível.
A expectativa, contudo, ainda é menor do que a vista no relatório Focus, que coleta as informações junto aos economistas. O boletim semanal do Banco Central propõe o PIB a 2,56% em dezembro.