Após uma disparada de quase 90% em 2023, chegou a hora de vender as ações do IRB (IRBR3), alerta o BTG Pactual. Os analistas Eduardo Rosman, Thiago Paura e Ricardo Buchpiguel cortaram a recomendação de neutra para venda e mantiveram o preço-alvo de R$ 20, o que sugere um potencial de desvalorização de 20%.
Segundo o relatório enviado a clientes neste domingo (23), obtido pelo Dinheirama.com, o pior para o líder de resseguros do Brasil quase certamente já passou, mas a forte alta das ações e o prejuízo líquido de R$ 4,3 milhões em abril e maio, divulgado na sexta-feira à noite, significam que há espaço para uma correção.
Os números estão muito abaixo do estimado pelo banco para o período entre abril e junho, que é de um lucro de R$ 73 milhões. “Com o encolhimento da receita, ‘pequeno patrimônio tangível’ e um ciclo de flexibilização iminente, a receita de investimento também pode sofrer, aumentando a necessidade de margens de subscrição para normalização”, escreveram os analistas.
O BTG lembra também que, após o rali e como como visto em muitas “small caps” desde abril, quando o sentimento sobre as ações brasileiras melhorou, o IRB é negociado a 1 vez o valor contábil (BV) mais recente. “Mas se considerarmos seu patrimônio líquido ajustado de R$ 1,6 bilhão (ex-créditos fiscais de prejuízos anteriores), a ação é negociada a um preço caro (e injustificado) de 2,4 vezes”, ressaltam.
Os analistas ponderam que o rebaixamento não significa que não há expectativa para uma recuperação contínua, mas admitem que ela também não será uma linha reta. “A avaliação disparou mais rápido do que os fundamentos justificam”, explicam.
“Onde poderíamos estar errados? Se a vertical de seguros rurais se recuperar nos próximos meses e os investidores se animarem, se as ações continuarem a subir com base na campanha publicitária recente, e se o IRB puder aumentar o patrimônio (melhorando sua posição de capital apertada)”, concluem Rosman, Paura e Buchpiguel.