O mercado de ações de Moscou (IMOEX) subiu 47% desde a invasão da Ucrânia e revela que os investidores estão apostando em uma vitória de Vladimir Putin.
A alta vem a despeito do imenso nível de sanções financeiras contra a Rússia.
As importações de petróleo russo por países estrangeiros estão agora ao mesmo nível que estavam antes da invasão da Ucrânia.
“A China, a Índia e a Turquia aceitaram de bom grado o petróleo russo extra, enquanto o resto do mundo tenta agarrar-se a uma posição moral elevada”, aponta Anthony Pompliano, criador da newsletter “The Pomp Letter”, na edição desta quinta-feira (22).
Segundo a GZERO, subsidiária da consultoria de risco político Eurasia Group, a Rússia resistiu a severas sanções, em parte porque foi capaz de continuar a vender petróleo e gás ao mundo, e em parte porque Putin arrastou o seu país para uma posição de guerra, triplicando as despesas de defesa antes da guerra.
Tudo isso ajudou a expandir o PIB em 3% no ano passado, e o FMI prevê 2,6% este ano.
“Da forma como as coisas estão agora, não é descabido que ele presuma que, dentro de pouco tempo, a Ucrânia sofrerá um déficit não só de homens, dinheiro e material, mas também de moral. Isso abrirá caminho para novos ganhos que poderão forçar Kiev e os seus apoiantes ocidentais a aceitarem os termos de Putin. Isso tudo, pelo menos, é o argumento que explica por que a Rússia – apesar de tudo – está “vencendo””, aponta uma análise publicada nesta quinta-feira (22).
Mesmo depois da reação bem sucedida da Ucrânia contra a invasão inicial, a Rússia controla mais do dobro das terras ucranianas do que controlava no início da guerra, quando Moscou já controlava a Crimeia e uma boa parte do Donbass.
“As tropas russas estão atualmente no terreno em cerca de um quinto do território internacionalmente reconhecido da Ucrânia. Em termos da UE, isso seria como uma ocupação de França e da maior parte de Espanha”, compara a GZERO.