O Nubank (ROXO34), gigante brasileiro no setor financeiro, revelou um lucro líquido impressionante de US$ 303 milhões, superando as estimativas do Bank of America em US$ 34 milhões.
A recomenação foi mantida em neutra, com o preço-alvo elevado de US$ 8,50 para US$ 9.
Os analistas Mario Pierry e Flavio Yoshida destacaram a tendência de alta no lucro líquido, elevando o Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) para 21%, um salto notável em relação aos 16,6% registrados no segundo trimestre de 2023.
“A superação foi impulsionada por diversos fatores, incluindo a gestão eficiente de despesas operacionais e uma taxa efetiva de imposto favorável sobre o COI”, afirmou Pierry.
Desempenho das BDRs do Nubank em relação ao Ibovespa em 2023
A análise do Bank of America revelou tanto pontos fortes quanto desafios para o Nubank. O crescimento da base de clientes para 89,1 milhões e um índice de atividade recorde de 82,8% foram ressaltados como aspectos positivos.
No entanto, a desaceleração no crescimento dos empréstimos, a expansão margem financeira líquida (NIM, na sigla em inglês) abaixo das expectativas e obstáculos para diversificar as fontes de receitas através de tarifas foram identificados como desafios.
“É crucial que o Nubank aborde esses desafios para sustentar seu impressionante desempenho financeiro”, alertou Flavio Yoshida.
Qualidade dos ativos e tarifas
A qualidade dos ativos, embora tenha mostrado sinais de melhoria, ainda demanda atenção. O índice de cobertura subiu para 222%, indicando uma gestão prudente das provisões.
Por outro lado, as tarifas, apesar do crescimento, representaram apenas 23% das receitas, evidenciando obstáculos para diversificação. “A Nubank precisa encontrar maneiras de ampliar suas fontes de receita e manter a qualidade de seus ativos para garantir uma trajetória sustentável”, apontou Yoshida.
Estabilidade e desafios regulatórios
Enquanto as despesas aumentaram 19% em relação ao ano anterior, os analistas observaram que o índice de eficiência permaneceu estável em 33%.
No entanto, o aumento do Capital Principal de Nível 1 (CET1) diminuiu para 9,1%, explicado por mudanças regulatórias. “As despesas e a gestão de capital serão áreas críticas nos próximos trimestres, especialmente diante das mudanças regulatórias que afetaram o CET1”, alertou Pierry.
Perspectivas positivas, mas desafios à vista
Em conclusão, a análise do Bank of America destaca o Nubank como uma força a ser reconhecida no cenário financeiro global. Apesar dos desafios identificados, os analistas acreditam que o Nubank tem o potencial de superá-los com sua estratégia inovadora e foco na eficiência.
“As perspectivas são positivas, mas é fundamental uma abordagem estratégica para enfrentar os desafios e garantir um crescimento sustentável”, concluíram Pierry e Yoshida.