A semana financeira foi marcada por um otimismo generalizado nos mercados, influenciado pelas expectativas de uma mudança na trajetória dos juros nos Estados Unidos.
Segundo o analista Filipe Villegas, “os dados recentes de inflação ao consumidor nos EUA, combinados com indicadores econômicos mais fracos, aumentaram as chances de uma menor necessidade de manter os juros em patamares elevados.”
Este cenário impulsionou uma alta nas bolsas de valores globalmente, uma desvalorização do dólar (USDBLR) e um fechamento da curva de juros nos EUA.
Essa tendência se estendeu aos mercados emergentes, incluindo o Brasil, onde a curva de juros seguiu um padrão semelhante.
Desempenho setorial no Ibovespa
A performance semanal no mercado de ações destacou setores com correlação inversa à taxa de juros, com pequenas e médias empresas, varejo, e-commerce e construção civil registrando desempenhos positivos.
Com o término da temporada de balanços, empresas que divulgaram resultados financeiros recentes também influenciaram significativamente o mercado.
Por outro lado, ações vinculadas às commodities, especialmente do setor de petróleo, apresentaram desempenho negativo, refletindo a preparação dos investidores para uma possível desaceleração da atividade econômica global.
Real brasileiro e expectativas de queda de juros
O Real teve um desempenho positivo em relação ao dólar, embora de forma menos intensa em comparação com outras moedas globais, especialmente as de países emergentes.
O analista destaca que, além da desvalorização do dólar, as expectativas de redução dos juros no Brasil podem ter impactado o desempenho do Real.
A performance recente da moeda brasileira também é considerada relevante para essa movimentação.
Expectativas para a taxa selic e fluxo de investidores
A semana evidenciou um fechamento contínuo da curva de juros, indicando a expectativa do mercado por uma menor necessidade de juros mais altos no futuro.
Contribuindo para essa tendência, dados econômicos brasileiros menos otimistas foram observados, juntamente com um cenário fiscal menos impactante vindo de Brasília.
Isso levou os investidores a ajustarem suas expectativas para a taxa Selic, antecipando cortes significativos em 2024.
Fluxo de investimento estrangeiro e local
O mercado acionário brasileiro recebeu uma entrada significativa de capital estrangeiro entre 8 e 14 de novembro, totalizando R$4,3 bilhões.
Em contraste, investidores locais mostraram um movimento de retirada de capital, com investidores institucionais retirando R$3,9 bilhões e pessoas físicas com uma saída de R$1,8 bilhões.
Este cenário destaca a dinâmica divergente entre investidores estrangeiros, que mais que dobraram sua participação no mercado acionário brasileiro em menos de um mês, e investidores locais, que apresentaram uma saída de capital, especialmente entre as pessoas físicas.
O saldo anual dos investidores institucionais permanece negativo, indicando um menor nível de participação em 2023.
