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Quem é investidor de longo prazo torce para que as ações caiam no curto, lembra Louise Barsi

A série de 13 baixas consecutivas do Ibovespa, inédita desde a sua criação, esquentou o debate sobre os rumos da bolsa brasileira

by Gustavo Kahil
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O Ibovespa (IBOV) desceu 13 degraus consecutivos de 1º de agosto até o último dia 17 em uma sequência nunca antes vista para o principal índice de ações da B3 (B3SA3).

Muito se falou sobre uma mudança de tendência da bolsa brasileira, que vinha de uma alta superior a 20% de abril a julho, mas também acerca da pequena variação negativa da série de baixa, apenas 5,7%.

O analista Fernando Siqueira da Guide Investimentos investigou os motivos que podem ter causado essa anomalia.

Primeiramente ele argumenta que o Ibovespa não estava sozinho nesse período, em que andou de mãos dadas com a desvalorização do índice S&P 500.

“Isto por si só indicaria que a queda do Ibovespa não é um evento local, mas algo mais amplo. O mercado de ações no mundo também desvalorizou neste período”, ressalta.

Quedas do IBOV
(Fonte: Guide Investimentos e Bloomberg)

A queda do índice MSCI de países emergentes (que inclui o Brasil e, principalmente, a China) mostra uma queda maior do MSCI Brasil, mas também uma trajetória descendente e alongada do seu par.

“Em resumo, boa parte da explicação para a queda do Ibovespa nos últimos dias está na queda dos mercados internacionais, que foi motivada pelos dados desapontadores na China e também pela recente alta nas taxas de juros de mercado nos EUA”, conclui Siqueira.

Como agir? Comprando!

Louise Barsi
“A gente que é investidor de longo prazo torce para que as nossas boas ações, boas empresas, caíam as suas ações”, afirma Louise Barsi (Imagem: Divulgação/AGF)

Para Louise Barsi, sócia do AGF (Ações Garantem o Futuro), o comportamento do índice não trouxe sinais de uma mudança estrutural.

“Boa parte dos gestores e investidores institucionais, que são as principais referências para o fluxo, continuam muito positivos para o médio prazo na bolsa brasileira”, analisa.

Segundo ela, boa parte do prêmio de risco já foi reduzido nesses últimos meses, mas ainda há um potencial de valorização interessante em relação ao múltiplo de preço sobre o lucro (P/L) médio histórico do Ibovespa, que ainda está bem descontado.

“Nosso parâmetro são os preços tetos das ações boas pagadoras de dividendos que acompanhamos”, destaca.

A investidora lembra que é importante que os investidores, principalmente os iniciantes, mantenham seus aportes mensais habituais para aproveitar momentos como o recente porque dificilmente no mercado não haverá uma empresa, ou algum setor, descontados.

“Como agir nessa situação? Comprando. A gente que é investidor de longo prazo torce para que as nossas boas ações, boas empresas, caíam as suas ações”, conclui Louise Barsi.

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