Os resultados do terceiro trimestre de 2023 da Rede D’Or (RDOR3) foram avaliados como fracos pela Ágora Investimentos, ficando abaixo das estimativas do Bradesco BBI. O EBITDA, ao excluir uma reversão de R$ 330 milhões de contingências relacionadas a PIS/Cofins, registrou uma queda de 10%.
Embora o EBITDA abaixo do estimado seja atribuído principalmente a eventos pontuais, como glosas e provisões para devedores duvidosos, a análise dos analistas Marcio Osako e José Ricardo Rosalen destaca que esses resultados refletem um cenário mais desafiador para os pagadores.
Desafios na operação e aumento da sinistralidade.
A Rede D’Or continua fechando leitos operacionais, potencialmente afetando 350 – 400 leitos nos primeiros nove meses de 2023, representando cerca de 4% da base total. Essa redução se deve ao risco de crédito e divergência de preços. Além disso, as contas a receber da empresa não estão diminuindo, registrando um aumento de 2 dias em relação ao trimestre anterior. Isso é atribuído ao índice de sinistralidade médica (MLR) ainda elevado dos pagadores, conforme evidenciado pelo MLR praticamente estável da Sul América no trimestre, mesmo em um período sazonalmente favorável em termos de aumentos de preços. A MLR relatada de 87% é consideravelmente superior em 6,7 pontos percentuais em relação ao 3T19, pré-pandemia.
Perspectiva e recomendação da Ágora Investimentos
A Ágora Investimentos mantém sua recomendação de Compra para a Rede D’Or, baseada nos fundamentos de valuation e no crescimento de longo prazo da empresa. No entanto, a postura da análise é mais cautelosa no curto prazo devido aos riscos da dinâmica e ganhos. Os analistas afirmam que “esta perspectiva desafiadora, que inclui o impacto dos futuros salários mínimos mais elevados dos enfermeiros, se aplica a todo o setor de saúde.”
Nessa análise, a Rede D’Or enfrenta desafios no cenário atual, mas a Ágora Investimentos mantém uma visão otimista a longo prazo, considerando os fundamentos e o crescimento potencial da empresa.