A Marfrig (MRFG3) divulgou ontem seus resultados do terceiro trimestre, superando as expectativas do mercado com um EBITDA ajustado (excluindo BRF) de R$ 1,3 bilhão, 6% acima da projeção de R$ 1,2 bilhão.
Contudo, a margem EBITDA na América do Norte permanece em queda, atingindo apenas 6%, refletindo a menor disponibilidade de gado, conforme observado pelo mercado. “A queda na margem na América do Norte, embora já antecipada, é um desafio que a Marfrig enfrenta devido à redução na oferta de gado”, destacam os analistas Leandro Fontanesi e José Ricardo Rosalen, da Ágora Investimentos.
Alavancagem financeira e perspectivas para o controle da BRF
A empresa reportou uma alavancagem financeira de 3,9x no 3T23, uma melhoria em relação aos 4,3x no trimestre anterior.
A considerar os R$ 6 bilhões provenientes da venda de ativos para a Minerva, a alavancagem financeira ajustada seria de 3,2x, proporcionando, segundo os analistas, “um conforto para a Marfrig buscar o controle absoluto da BRF.” Em meio a esses resultados, a Ágora Investimentos mantém sua recomendação Neutra e o preço-alvo de R$ 18,00 para o final de 2023.
Nossa Visão: desempenho no mercado e avaliação atual
A Marfrig enfrentou desafios no acumulado do ano, com um desempenho inferior ao IBOV em 23 pontos percentuais, impulsionado pelas preocupações dos investidores sobre o mercado de carne bovina dos EUA.
A queda na oferta de gado levou a custos mais elevados, apesar da melhoria do ambiente na América do Sul. “Apesar do ambiente desafiador, vemos as ações sendo negociadas a 5,6x o múltiplo EV/EBITDA, acima de sua média histórica de aproximadamente 5x, o que pode refletir as perspectivas otimistas dos investidores para o futuro”, concluem os analistas.