Acompanhar o desempenho dos “short sellers”, traders que operam com vendas a descoberto, pode trazer um retorno “robusto”, aponta a XP Investimentos em um relatório enviado a clientes nesta quarta-feira (6).
“Nós analisamos como os dados short selling podem ser incorporados no processo de investimentos”, revelam os analistas Thales Carmo, Julia Aquino, Fernando Ferreira e Jennie Li.
Eles ressaltam que, no geral, os short sellers são processadores eficientes de informação com uma estratégia de value investing, fazendo uma aposta direcional no preço futuro da ação.
Ou seja, já que acreditam ousadamente na baixa das ações, podem trazer um componente adicional de avaliação que os investidores tradicionais não possuem.
Descobertas
A avaliação da XP mostrou que um “fator robusto composto por days to cover e taxas de empréstimo provou ter retornos (ajustados por risco) significativos e nível de previsão mais elevado, enquanto demonstrando perfis de retornos superiores comparado aos nossos fatores atuais”.
Days to cover corresponde ao número de dias requerido para cobrir todas as ações atualmente emprestadas, com base na liquidez da ação, enquanto as taxas se referem ao quanto os investidores estão pagando para alugar uma ação.
O novo fator “short interest” competiu de perto com o “momentum” em retornos anualizados, conhecido pelo seu forte desempenho a longo prazo, explica a corretora.
O que fazer?
Com base no novo fator “short interest”, a XP descobriu que as ações mais favorecidas – que combinam baixas taxas de aluguel e days to cover, incluem Rumo (RAIL3), Vibra (VBBR3), Enauta (ENAT3) e Marfrig (MRFG3).
Por outro lado, entre as ações mais desfavorecidas (mais shorteadas) incluem Marisa (AMAR3), Transmissão Paulista (TRPL4), GPA (PCAR3) e Dasa (DASA3).
Ações com classificação mais alta e mais baixa no fator Short Interest